PRÁTICAS MÉDICAS PRÉ-COLOMBIANAS

ASTECA
A civilização asteca utilizava a idéias e crenças religiosas na explicação e no tratamento das doenças. A doença era considera o desequilíbrio entre o bem e o mal, em cujo tratamento deveria haver participação de deuses. As principais divindades eram: deusa Tlazolteotl, que pene-trava nos homens fazendo-os se contorcerem de dor; deus Xochiplli, protetor da vegetação e da fertilidade e o deus Xolótl-Nanavatzin, torturador dos homens com doenças ligadas à sexualidade.
A práticas médicas astecas utilizavam largamente o cacto peyotl no tratamento da dor. Sabe-se que esse vegetal contém a mescalina: alcalóide alucinógeno e anestésico.
Talvez pelo uso do anestésico, houve progresso na arte cirúrgica. Existem várias compro-vações arqueológicas de amputações dos membros e craniotomias (abertura dos ossos do crâ-nio), semelhantes às encontradas nas comunidades pré-históricas, que viveram há 10.000 anos.
A cidade de Tenochtitlán, na época da chegada dos espanhóis, dispunha de vasta rede de esgotos e banheiros públicos. Os mortos eram queimados ou enterrados fora dos muros das cidades e cada quarteirão era responsável pela limpeza e higiene das casas.
A primeira epidemia registrada, resultando na morte de milhares de indígenas, foi causada pela varíola trazida pelos espanhóis.
Entre centenas de manifestações artísticas existentes, principalmente no museu antropoló-gico do México, encontramos em pequenas estatuetas de argila detalhadas quadros clínicos, entre eles, tumor de órbita, amputações, defeitos congênitos, doenças da pele e deformidades ósseas e musculares.
INCA
Diverso da civilização asteca que teve os registros escritos destruídos pelo conquistador europeu, os incas não dispunham da escrita. O envolvimento religioso nas práticas médicas da civilização inca se evidencia pelos achados de estatuetas de argila e desenhos rupestres nas ruí-nas encontradas no altiplano boliviano.
A crença de que os pecados eram as causas das doenças dominava os incas tanto quanto os astecas. As doenças eram o castigo dos deuses que, simultaneamente, exigiam sacrifícios, orações e confissões. Sem dúvida, apesar de terem sido realizados, o sacrifício humano não atingiu as proporções encontradas entre os astecas.
O conhecimento que os incas tinham das ervas medicinais chegou a impressionar os es-panhóis, com destaque aos coletores de plantas medicinais e os boticários ambulantes que leva-vam à população as ervas secas e outros medicamentos de origem mineral.
Duas dessas plantas tiveram notável sucesso na medicina ocidental nos séculos seguintes: a quinaquina (Myroxylon peruiferum) cujo óleo era empregado no tratamento das feridas e que ficou conhecido nas farmácias da Europa como o Bálsamo-do-Peru e a coca. O principal alcaloide retirado das folhas da coca, a cocaína, se tornou-se a base da anestesia local em todo o mundo, até os anos 1920..
Importantes representações em forma de pequenas estatuetas de argila com clara evidên-cia de amputações dos pés e das mãos sugerem que foram práticas deliberadamente com objetivo terapêutico.
Em antigo cemitério inca, foram encontrados centenas de crânios trepanados, datando de aproximadamente 1000 anos. O estudo arqueológico mostrou que são semelhantes aos encontra-dos em diversos pontos da Europa. Como as cirurgias realizadas no Neolítico, a maior parte sobreviveu muito tempo após à intervenção cirúrgica.

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