CAMINHADA CULTURAL EM PARIS

Paris continua representando um dos mais importantes pilares da cultura ocidental.
Ao contrário das festas e encontros, em muitos países, que podem se estender até a madrugada, em Paris, raramente acontece. De modo geral, não são muitos os locais onde é possível encontrar a vida noturna após 23 horas, quando ocorre a interrupção da maior parte das linhas do metro e os táxis são ainda mais es-cassos. A exceção é o triângulo Quartier Latin ? Saint Germain-des-Près ? Montparnasse, desde o século 19, reduto de muitos intelectuais, pintores e escultores que marcaram a história das artes, onde muitos restauran-tes permanecem abertos 24 horas e estão situados alguns dos mais importantes monumentos à cultura.
A primeira opção, conhecer o Jardim de Luxemburg, com especial atenção na face sul, a sede do Se-nado. Se na primavera as alamedas entrecortadas pelos nichos de flores multicoloridas extraordinariamente bem cuidadas, oferecem o ambiente ideal para a leitura ou a caminhada sem pressa, para movimentar com leveza o corpo.
Nos últimos cinco anos, na face leste das grades de ferro fundido trabalhadas que cercam o jardim, a exposição permanente de dezenas de fotografias de renomados profissionais enfocando temas do equilíbrio ecológico da França e territórios franceses.
O museu do Louvre, pode ser alcançado por meio de caminhada, ao longo da rua de Rennes, em toda a extensão, até a igreja Saint Germain-des-Près. Após conhecer esse templo medieval, pleno de história, a escolha seguinte, alguns metros subindo o bulevar Saint Germain-des-Près, seria beber o melhor bordeaux, no Café de Flore, o preferido dos intelectuais, entre eles, Jean-Paul Sartre e Simone de Bouvoir, líderes incon-testes dos protestos, nas ruas de Paris, nos anos 1968
Com o corpo rejuvenescido pelo bordeaux, o caminho seguinte seria percorrer a rua Bonaparte, pa-rando aqui e ali, para ver as relíquias milionárias dos antiquários. No final dessa rua, o museu do Louvre surge em toda grandeza. Após cruzar a ponte sobre o rio Sena, a entrada suntuosa, sobre e sob a pirâmide de vidro, uma das obras culturais do governo Miterrand, representa o convite irresistível. A primeira visita, certamente, representará o incessante desejo de retornar muitas vezes. Sem deixar de ver a Monalisa, encanto mágico da genialidade de Leonardo da Vinci no sorriso enigmático.
No final da tarde, a caminhada de volta ao longo das margens do Sena, até a ilha de la Cité, deslum-brada pelo mais belo monumento da arquitetura gótica: a catedral de Notre Dame, o Palácio da Justiça (Con-ciergerie) , o Hotel (Hospital) de Dieu e a Saint Chapelle.
Se domingo, melhor ainda, a missa das 19 horas, na Notre Dame, magnífica, plena da mágica relação com o Deus! Sempre com apresentação de algum festejado organicista e do coro da própria igreja, esse ins-trumento complexo, do século 13, um dos maiores do mundo, responde com veemência mágica sob as mãos e os pés do artista, acompanhando o canto gregoriano, o incenso, a estrutura gótica do átrio, a rosácea com-posta de vidros multicoloridos, o ambiente de fé e o rito transformam a missa domingueira da Note Dame em algo difícil de descrever, mas oferecendo a certeza do quanto o homem pode ser generoso.
A noite pode ser encerrada em um dos muitos restaurantes do Quartier Latin, seja grego, chinês, tai-landês, japonês ou italiano, onde é sempre possível beber o melhor vinho francês.

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