Tabaco: o sagrado e o profano em torno da fumaça – 6/6

 

Prof.Dr.HC João Bosco Botelho

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo com todas as restrições, o tabagismo está longe de ser contido. Com a produção das folhas secas de tabaco concentrada nos países do Terceiro Mundo (Figura 17), continua gerando lucros de bilhões de dólares, aos maiores produtores de cigarro que estão nos países do Primeiro Mundo: Altadis (Gouloises, News, Royale, Gitanes, Fortuna); Gallaher (Benson & Hedges); Altria (Marlboro, Philip Moris, Chesterfield, L&M); British American Tobacco (Winfield, Peter Stuyvesant, Lucky Strike); Japan Tobacco International (Camel, Winston); Imperial Tobacco (Jps, Route 66).
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Figura 17 – Produção das folhas secas do tabaco.

As tentativas de formar um perfil do fumante não têm sido bem sucedidas. Apesar de não haver dúvida do processo da dependência física com os mecanismos neurológicos de recompensa melhor esclarecidos(29) – a nicotina se liga ao receptor nicotínico α4β2, determinando maior liberação de dopamina no núcleo accumbens, que se acredita estar associado à recompensa – parece que a visão da fumaça exerce enorme fascínio no fumante.

Não é sem razão que os cegos de nascença não fumam!

É possível que as empresas produtoras de cigarro já estejam engajadas na busca de variedades genéticas menos nocivas de tabaco, mas capazes de manter o elo de encanto do fumante com a fumaça.

Bibliografia

29. ALENCAR FILHO, A. C.; ACHUTTI, A.; MIRRA, A P.; CAMPANA, A M; MENEZES, A.M. Tabagismo e Sistema Cardiovascular. In: Aloyzio Achutti. (Org.). Guia Nacional de Prevenção de Tratamento do Tabagismo. Rio de Janeiro. Vitrô Comunicações & Editora. 2000.

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