Prof.Dr.HC João Bosco Botelho
O século que passou marcou a humanidade pelos indescritíveis avanços na melhor compreensão da micro e da macroestrutura dos corpos vivos.
A maior parte das pesquisas e do instrumental tecnológico médico, na atualidade, está voltada à compreensão:
1. Da forma e da função dos corpos – macroestrutura – por meio das imagens:
– Congeladas num tempo-espaço definido, como as produzidas pelos RX, ultrasom, emissão de elétrons, rádio-isótopos e rádio-isóbaros;
– Obtidas na dinâmica viva dos tecidos, em tempo real, a partir dos aparelhos de fibras óticas.
2. Da forma e da função da molécula – microestrutura – por meio da engenharia genética.
– Seqüência das moléculas do genoma e armazenamento das informações do genbank.
Todos os avanços tecnológicos, na Medicina, tanto no passado quanto no presente, mesmo com a maioria esmagadora dos profissionais desconhecendo o fato, a prática médica continua convivendo com o parodoxo fundamental:
Em qual dimensão da matéria o normal se transforma em patológico (se é que existe o normal e o patológico).
Por outro lado, nós estamos testemunhamos avanços significativos, que mesmo sem terem a força para deslocar esse angustiante paradoxo, impuseram extraordinários avanços à Medicina – o maior desvendar da forma e da função dos corpos na micro e na macro dimensão.
De um modo geral, e não poderia deixar de ser, já que é a microestrutura onde está estruturado o paradoxo da Medicina, esses progressos estão mais dirigidos à busca dos mistérios da menor dimensão da matéria.
O fantástico conjunto que interliga a microestrutura à macoestrutura dos corpos, essencialmente, representados pelas imagens e pelo projeto genoma, nos últimos vinte anos, produziram as âncoras tecnológicas que mudaram a concepção de diagnóstico, terapêutica e prognóstico por meio do uso:
- Terapêutica genética;
- Órgãos artificiais;
- Neuropróteses;
- Inteligência artificial.
Estamos muito longe daquilo que todos nós queremos: alcançar as dimensões da confluência entre a massa e a energia, na estrutura atômica, provavelmente, onde superaremos o parodoxo que atormenta os pesquisadores:
Em qual dimensão da matéria o normal se transforma em patológico? Ou ainda: existe o normal e o patológico?