A BELA E A FLOR

A BELA E A FLOR

ELISÂNGELA DE FÁTIMA PONTE FROTA

CAPÍTULO I – A VOZ DO MENSAGEIRO

Na década de 50, em uma pequena cidadezinha rústica e pacata chamada Alcântara Cascavel, o mensageiro da cidade que anunciava para todos tudo que acontecia, comunicou uma grande festa no único palácio da cidade, onde morava a família do prefeito Liturgo Maia, o homem mais rico e temido por todos da região, pois tinha tudo o que o dinheiro poderia comprar.
O Mensageiro:
– Atenção! Atenção! Anuncio a todos que o prefeito fará no próximo mês uma grande e inesquecível festa de aniversário para sua filha primogênita em que todas as ilustres famílias do país estão sendo convidadas.
Após o anuncio, boatos surgiram que o prefeito estava convidando os homens solteiros mais importantes do país para aproveitar a oportunidade e prometer sua filha em casamento.
Liturgo era um homem de valores tradicionais muito ambicioso, tinha muitas posses e tudo o que tinha era pouco para ele, casado com Maria Eugênia Maia “a impetuosa”, sempre desejou um filho homem para que herdasse seu patrimônio e seu legado político de tramóias. Porém o prefeito e a primeira dama só tiveram duas filhas Júlia Maia e Flor de Liz Maia.
Julia a filha mais velha, tinha suas formas atraentes para os olhos dos homens, tinha uma beleza física incomum na cidade, loira, alta de olhos azuis e sempre muito vaidosa e ambiciosa como o pai, fato que a tornava o orgulho do prefeito e a “queridinha entre as filhas’, ao contrario de sua filha mais nova Flor de Liz Maia, que não tinha a beleza da irmã, era morena, baixinha e suas feições não agradavam, mas tinha um coração bom, era honesta, ajudava os mais necessitados e não concordava com as falcatruas do pai para se dar bem.
Dias depois do grande comunicado da festa, o mensageiro da cidade anunciou uma nova notícia que estabelecera o pânico na cidade:
– Atenção! Atenção! Se arrependam dos seus pecados, há uma praga se alastrando pela cidade, se afastem dos leprosos são seres sem salvação e estão sendo deformados pela “IRA DIVINA”.
E então o caos se espalhou pela cidade com a notícia da doença considerada por muitos como ” A IRA DIVINA”, e começou o processo chamado de “PURIFICAÇÃO”, onde muitos que apresentaram características como feridas de lepra e as deformidades dos castigados tiveram seus membros amputados, foram separados de suas famílias e jogados em calabouços distantes.
Com a nova notícia que se espalhou pela cidade, o prefeito ficou temeroso que isso atrapalhasse a grande festa em sua casa e as finanças da prefeitura, e para sua surpresa descobriu que sua filha mais nova estava com as características da lepra e culpou sua doença por não ser gananciosa como a irmã mais velha.
Flor que já não era bem quista por seus pais e sua irmã, tentou esconder a doença por vergonha e medo, mas já era tarde, sua pele tinha as manchas do pecado e suas mãos começaram a se curvar. Daí então, seu pai por repulsa ordenou que jogassem Flor no porão do palácio e a isolassem, pois não queria que sua aparência atrapalhasse a festa e os negócios da família.
– Levem essa feiura daqui ela deve está com lepra, quero que isolem ela no porão para não corrermos riscos, não a reconheço como filha. Aproveitarei a festa de Julia para realizar bons negócios e a prometer em casamento ao homem mais rico, não quero que se assustem na festa.
Julia continuou:
– Ela nunca lhe traria lucro algum e agora menos ainda, sou muito bela não quero que tenham mal impressão de mim perto dela então a levem daqui.
Flor desesperada e triste suplicou para a mãe que não a jogassem no porão, dona Maria Eugênia nada fez apenas concordou que a levassem.

CAPÍTULO II – O GRANDE DIA
Chegou o grande dia, Liturgo recebeu em seu palácio toda a alta sociedade estava na cidade, e muitos homens solteiros vinis e milionários estavam na lá para a festa de Júlia, entre eles Charles Castro o mais rico de todos e mais cobiçado por Júlia, havia acabado de chegar, era um príncipe, gentil e tinha bons costumes de família tradicional de Tapuãu, estava a procura de uma boa mulher para se casar.
Liturgo apresentou sua filha primogênita a Charles para que a cortejasse:
– Charles essa é Julia minha única filha ela é um tesouro, além de ser a mais bela da região. Soube que procura um bom casamento ela é a melhor opção
Charles e Julia começaram a conversar e a dançar no baile, e ela estava toda entregue. Realmente Charles ficou impressionado com a beleza de Júlia, porém não gostou de suas atitudes prepotentes, além do mau hálito.

CAPÍTULO III – O RESGATE DA FLOR
Charles tentou fugir de Júlia e foi para um corredor escondido, de lá escutou um barulho vindo do chão tinha alguém gritando:
– Socorro! Socorro! Alguém me ajude, só quero ser livre.
Charles viu que tinha uma tábua em falso no chão e levantou, viu que tinha uma moça desesperada era Flor em prantos chorando e o abraçando:
– Você me salvou moço, preciso fugir daqui, minha família não me quer aqui. nem mereço ser salva por você.
Charles imediatamente perguntou:
– Quem é você e por que está aqui? É muita maldade.
Flor contou para ele quem era e toda sua história, ele ficou incrédulo e admirado com o jeito de Flor, depois ela perguntou:
– Você não tem medo de mim, digo da minha aparência?
Ele respondeu:
– Claro que não, você é uma pessoa linda, eles que não merecem você. Vamos encontrar um jeito para sua cura. Vou tirá-la imediatamente desse lugar assombroso.
Flor sorriu e agradeceu:
– Nem sem como agradecer você um homem tão lindo e cheio de posses me ajudando, mas agradeço só não sei como posso retribuir.
Ele respondeu:
– Eu sei fuja e case-se comigo. Você é a mulher que sempre quis ao meu lado.
Após o pedido de Charles, ela ficou surpresa e ao mesmo tempo feliz aceitando o seu pedido. Então os dois fugiram e casaram para ira da família Maia. Júlia custou acreditar que o príncipe trocou ela pela sua irmã mais nova que ela menosprezava pela aparência.
Com o passar dos anos Liturgo perdeu seu mandato e foi preso. Júlia ficou moça velha, sua mãe Eugênia casou-se com outro político corrupto o governador de Borbonha e Charles cuidou de Julia o quanto pode e os viveram muitos anos felizes.

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